sábado, 6 de dezembro de 2008

CLERMONT-FERRAND



Fomos selecionados para o festival internacional de curtas metragens de Clermont Ferand, na França, um dos maiores festivais de curtas do mundo. Muito felizes e satisfeitos com a notícia, passamos o dia tentando ligar para o orelhão de Carneiros-AL, para contar ao Seu Francisco e família essa bela notícia. Nada de cigano atender o orelhão, talvez tenhamos que levar a notícia pessoalmente, emoção redobrada.
De Alagoas à Clermont-Ferrand.

O outro filme brasileiro selecionado para esta edição de Clermont foi Os Sapatos de Aristeu do querido René, fotografado por Juliana e com a direção de arte de Maíra Mesquita. Estamos muito felizes de estarmos juntos nessa viagem.

Menção honrosa

Esse "post" é para dizer que ganhamos 2 menções honrosas nos últimos festivais por onde fomos.
MOSTRA DO FILME ETNOGRÁFICO DO RIO DE JANEIRO
e
FESTIVAL CINE VÍDEO DE VITÓRIA.

Ficamos muito felizes e agradecemos a presença dos que foram ver o filme nas duas cidades.
Abraços
Gato do Parque

domingo, 2 de novembro de 2008

Saudades

Nesses domingos de calor a coisa mais gostosa era ouvir Seu Francisco ou seus filhos arranhando a viola e o violão, fazendo boa música e esperando as galinhas ficarem prontas. Sabor de sertão. Sabor de Alagoas, de terras que nós percorremos já algumas vezes e onde moramos. O filme está sendo exibido por ai, em muitos festivais e a sensação de vê-lo e recordar os meses vividos com a família Ferraz, ciganos profundos, é boa. Saudades demais desse tempo. Vamos ao Rio de Janeiro então, assistir em boa sala, Odeon, o que os ciganos de Tarabatara tem para nos dizer, mais uma vez.


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Curta Cinema - Rio de Janeiro

6a-feira, dia 07 de novembro, às 19:30 no ODEON

TARABATARA é o primeiro da sessão "Competição Nacional 8".

domingo, 12 de outubro de 2008

GOIANIA MOSTRA CURTAS


nesta última 4a-feira, dia 9 de outubro, TARABATARA foi muito bem recebido na primeira sessão da mostra brasileira da 8a edição do Goiânia Mostra Curtas. O filme não é unânime, o que é um bom sinal, diria Sávio Leite. Mas quem vem elogiar o trabalho, vem sempre com um sorriso no olhar e um sentimento pessoal, que transpassa à simples apreciação técnica, da boa fotografia, ou da beleza do super-8. É bom demais sentir retribuída e espalhada na tela e na platéia a paixão com a qual nos dedicamos a este tarabatara. É uma delícia ir a festival representando este filme.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PROGRAME-SE...

Programação do curta Tarabatara
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DE SÃO PAULO- KINOROFUM 2008

Dia 22/08 - 18H00 - Espaço Unibanco Bourbon (Rua Turiassu, 2100 - 3º Piso)
Dia 23/08 - 21H00 - Cinemateca - Sala BNDES (Lgo. Senador Raul Cardoso, 207)
Dia 24/08 - 18H00 - CineSESC (Rua Augusta, 2075)
Dia 27/08 - 18H00 - Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000)

arte do cartaz: JULIANA RUSSO

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Novidades



TARABATARA acaba de ser selecionado para o
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DE SÃO PAULO- KINOFORUM, no final de agosto.

e

Ganhamos o Prêmio de Melhor Direção de Fotografia de curta-metragem no FESTIVAL DE TRIUNFO !!!

Obrigada.

Gato do Parque.

terça-feira, 8 de julho de 2008

por onde andamos II

Novos festivais onde TARABATARA será exibido em breve:

10º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte * 25 a 31 de julho

e

No primeiro Festival de Cinema de TRIUNFO


E foi exibido no final de Junho no festival "Message to Man" na RÚSSIA.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

sábado, 31 de maio de 2008

IMPRESSOES III- FESTIVAL DE CUIABA

"Tarabatara", documentário de Julia Zakia – vídeo – 23 min – 2007

"Diretamente do sertão do Alagoas à, provavelmente, a maior manifestação de comunicação ou interligação mundial. A diretora Julia Zakia filmou uma comunidade de ciganos (sim, com certeza eles são, entre a espécie humana, o maior fenômeno de "comunicação" entre todos os setores da Terra), no interior de um Brasil ancestral, tradicional e fechado, que pressuporia um isolamento quase indevassável; ainda mais por uma enormidade de pessoas. Mas os ciganos são assim: mal vistos, mal falados e, mesmo assim, firmando temporariamente (são nômades por excelência) vínculos em qualquer rincão do planeta. São uma raça "fenômeno" que mantém algumas manifestações como maneira de se preservarem em unidade e auto-reconhecimento. O curta fixa-se na revelação desses elementos unificadores sem apoderar-se da lógica narrativa e linear para tal. Há a fala memorial de um dos anciões do grupo, mas não é um relato lógico dos porquês do grupo; há vestígios de sua música, falas em dialeto próprio, captadas à distância – embrenhadas no meio da natureza onde sobrevivem –; imagens captadas com especial valor visual – por vezes lembrando pinturas -; manifestações e procedimentos que, tanto remetem ao marcado no nosso imaginário quando pensamos na etnia, quanto revela-os bem internados e adaptados no modo de vida local. Revela e esclarece, mas sem contar: insinuando. Belo trabalho."
CID NADER

e

A hora e a vez dos mais inspirados

"Após o longa-metragem, e o obrigatório jantar, pudemos ver o ótimo Tarabatara, de Júlia Zakia, que segue uma família cigana do sertão do Alagoas. O mais interessante é que Zakia documenta o nomadismo da família de uma maneira também nômade, abandonando por vezes o tom mais documental para se perder em abstrações muito bonitas, com um trabalho de câmera impressionante. Curioso que o filme estava programado para ser exibido em 35mm, mas foi exibido em vídeo. Dá para questionar se o 35mm do catálogo não foi um erro de impressão, pois a estética está muito próxima dos trabalhos em digital de Cao Guimarães, especialmente Da Janela do Meu Quarto."
por SERGIO ALPENDRE

OBS- Nosso filme foi feito em video e em super-8, mas finalizado em 35mm, como é requerido pela secretaria de cultura do Estado de São Paulo, no prêmio estímulo que ganhamos. Se foi exibido em vídeo, não sei dizer o porquê, mas que bom que não parece ter feito tanta diferença assim. Ficamos bem felizes com os comentários.
GATOS DO PARQUE

quinta-feira, 29 de maio de 2008

POR ONDE PASSA, PASSAMOS

O filme passa hoje a noite em Cuiabá, na competição de Curtas do 14º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá.
Gui César estará lá e escreve logo sobre como foi a sessão.

O filme passou no final de semana passado em Saint Marie de LA Mer, no litoral da França, durante a festa em homenagem à Santa Sara, a Santa protetora dos ciganos e dos viajantes. Estávamos lá fazendo um novo documentário sobre a festa, dirigido por Laura Mansur, fotografado por Julia Zakia, com o som de Guile Martins e atuação de Gabriela Hess.

Tarabatara já foi selecionado para os Festivais, que acontecerão em breve:

VII Festival Internacional de Cine Documental del Outro Cine – Equador 2008
Feminina fest- festival internacional no Rio de Janeiro.

E já participou do:
Festival de Brasília do cinema Brasileiro- 2007
Festival Internacional de Documentários- É Tudo Verdade- 2008
20th Rencontres Cinémas D'Amérique Latine de Toulouse- 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Impressoes I

“Tarabatara” é a documentação da vida em um acampamento cigano. Gostei das cores, da granulação na imagem. Do cigano com uma voz que ... meu deus. Não existe entre gente deste mundo voz como aquela. E as mulheres, sempre elas, que faziam tudo ali. Os homens só mesmo cantavam. É bonito de respirar fundo quando acaba.
Anna Carolina

domingo, 6 de abril de 2008

Impressoes

Oi Júlia, vimos ontem o filme todos juntos. Ana disse que gostou mais
da parte em que a menininha pega o ursinho e sai correndo... As meninas viram e
ficaram (Marina) tentando entender a história (disseram "acho que não
entendi"), eu e Klara tentamos explicar que se tratava de um documentário e que não era
exatamente uma história do tipo que elas estão acostumadas...
Eu gostei muito de rever, e de fato o que eu disse antes sobre as falas
já não diria mais (agora pude ouvir melhor as várias falas que aparecem)...
O encanto maior que transparece para mim é esta relação que vcs
estabeleceram (de amizade, respeito, solidariedade, alegria, amizade), talvez mais
com as mulheres e crianças... (a bela cena silenciosa editada do artesão que
está na tenda e em seguida vira cambota no rio-lagoa diz muito dessa relação
estabelecida...) relação meio cúmplice que em termos de cinema e
fotografia aparece de forma primorosa (encanta essa luz que vocês conseguiram)...
A cena final da lenha é maravilhosa sem dúvida nenhuma, apenas a canção
(de igreja, medieval?) é que estranhei desta vez (talvez ficaria óbvio
demais pôr o som de uma dessas mulheres cantando?), ela traz um toque sonoro externo
ao universo deles e soa como a conclusão de vocês sobre a sacralidade e a
importância dessas mulheres, talvez a base principal da vida cigana?
Não sei, mas é belo de qualquer modo, está lindíssimo o trabalho de vcs (são
impressões rápidas ok) ...
bjs, depois nos falamos mais...
João.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Capa do dvd


Arte da capa e cartaz: JULIANA RUSSO

quarta-feira, 5 de março de 2008

DATAS TARABATARA no É Tudo Verdade!

As datas de exibição do Tarabatara são:

São Paulo

CINESESC (projeção em 35mm)
29/03, sábado, 19h

CINEMATECA BRASILEIRA (projeção em 35mm)

30/03, domingo, 15h

GALERIA OLIDO (projeção em DVD)
01/04, terça feira, 19h30
02/04, quarta feira, 17h


Rio de janeiro

UNIBANCO ARTEPLEX (projeção em 35mm)
03/04, quinta feira, 16h

terça-feira, 4 de março de 2008

NOSSA BARRACA


Essa foi nossa casa por dois meses. Como todas as outras barracas do acampamento, a frente dela dá para oeste, onde o sol se põe e por trás vinham as chuvas, nunca pela frente. Coisa de ciganos. Eles nos ajudaram a montar no primeiro dia e depois foi com a gente, quase todo dia alguma reparação. Puxa daqui, estica dali e boa vida tivemos ali.
A barraca aguentou bem os dois meses de filmagem. Dentro dela tem uma outra barraca que servia para guardar os equipamentos, protegidos (mais ou menos) do sol, da chuva, da poeira e do vento.
Como era quente ficar ai dentro entre as 10 da manhã e as 3 da tarde.
Mas a noite, meu Deus, a beleza de acordar ao relento, algumas vezes ao longo da noite e acompanhar a lua traçando seu desenho no céu.
Dormir sem teto, sem porta, sem nada. No sertão de Alagoas. Protegidos pelos ciganos e pela própria noite.
Saudades da barraca, que foi desfeita em dois segundos no dia de ir embora. Lonas negociadas, cordas também. Elásticos levados embora e a marca na terra, dois meses depois, na nossa volta, já tinha sido apagada, claro, pelo tempo, pala plantacão de feijão e pelas passadas, outras passadas.
Dormiamos em quatro ai dentro, espalhados de dois em dois. E quando o Hélio (montador) veio passar alguns dias conosco, éramos em cinco.
Apertou um pouco, mas sempre cabe mais um.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

É Tudo Verdade!



Agora sim podemos dizer onde o filme poderá ser visto.
Acaba de sair a seleção do festival de documentários É TUDO VERDADE! que acontece de 26 de Março à 06 de Abril.
Tarabatara foi selecionado entre os curtas da competição.
Logo mais colocaremos no blog a programação do festival. Também podem acompanhar as notícias do festival através do site www.etudoverdade.com.br
com a programação completa do festival nacional e internacional.
Estamos muito felizes com a notícia pois assim os ciganos de Tarabatara vão poder ser vistos nas melhores salas de cinema de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Brasília.
...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

domingo, 6 de janeiro de 2008

BELINHA



Hoje queria falar da Belinha, o menor neném do acampamento. Nasceu enquanto estávamos ali, é a filha mais nova de Gringa, mãe de Madalena, querida adolescente companheira das feiras. O marido de Gringa é Wilson, irmão de Nega, de Meire, de Salete, todos sobrinhos do velho Francisco.
Foi a Renilde, tia de todos, que costurou esse chapeuzinho pra Belinha.
Criar um recém-nascido no acampamento é mais complicado do que dar conta das crianças já maiores um pouco, mas as mães ciganas sabem da lida e de como fazer. Era muito forte observar uma mãe e tantos filhos e os filhos já ajudando a criar os irmãos, como em todas as famílias grandes.
Os olhos dessa cigana apelidada de Gringa eram de um verde mel inesquecível, uma bela cigana. E Madalena tem seus olhos. E Belinha também já parecia ter.
Quem carrega Belinha no colo é Nega, melhor amiga de Laura e primeira cigana a chegar perto de nós, na noitinha caindo, perto do fogo, na hora de fazer o café e espantar a tristeza que vem com a noite. O fogo espanta, o café e a conversa fazem a amizade, a boa vida dos bons encontros.
Nesse começo de 2008, grande saudade bate aqui.
Bem perto da gente, todos os dias, crepitam as fogueiras da Família Ferraz...